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27 de jun. de 2012

O MELHOR POST DO MUNDO DA LIMETREE: Passeio na Praça de Casa Forte: o público e o privado.

 Hoje um post diferente, um texto qe escrevi em 2007.
Passeio na Praça de Casa Forte: o público e o privado.

Hoje, seis de novembro de dois mil e sete, num final de tarde; fui à Praça de Casa Forte com meu filho para que ele gastasse um pouco de sua energia. E quanta energia! E, diga-se, acumulada por estar dentro de um apartamento (ou seria "apertamento"). Bom, não importa. Fomos à praça.

Em meio àquelas árvores e laguinhos projetados por Burle Marx, num colorido gracioso de natureza diante de arranha-céus de luxo, escolas e igreja, deparei-me com a estranheza de me sentir tão parte, mas também tão distante.

Enquanto observava meu pequenino sorrir no meio daquela incrível cenário, vendo-o curtir uma  sensação de liberdade única, meu olhar se voltou para um cachorro que acabara de passar por nós correndo. Acompanhei-o e, de fundo, pude perceber duas coisas que me chamaram atenção. Não sei bem o motivo.
Havia uma mulher de idade avançada, maltrapilha, deitada em um dos bancos laterais que circulavam a praça. À sua frente, três adolescentes brincavam de correr e se jogar no lago central. Neste instante tive a sensação de que eu estava num local privado – a casa daquelas quatro pessoas.
Pra mim, a senhora parecia estar no aconchego de um quarto e o banco era a sua cama (e quem sabe se não o era?). Os adolescentes se divertiam, correndo – marcavam distância- e pulavam no lago. Assemelhava-se a uma piscina no quintal de casa. Aquela ideia de “casa deles” permaneceu me incomodando e notei a tênue linha existente entre o público e o privado.
Eu me sentia como se tivesse entrado na casa de alguém sem ter sido convidada. De repente, surgiu uma menininha com mais ou menos um ano de vida, acompanhada de sua babá e irmã mais velha, gritando: “Neném, neném!”, e se dirigiu ao meu “pequeno”. Eles se olharam e ficaram ali parados se reconhecendo em silêncio.
Ali, me dei conta que a praça continuava a ser pública e de todos – uma de suas finalidades – e, portanto um cenário para encontros, acontecimentos e possibilidades. É claro que este meu “retorno à realidade” não me tirou do paradoxo, nem tampouco da noção de que aquela cena, que para muitos já é banal, se tratava de uma conseqüência de muitos  problemas sociais de nosso país.
Foram segundos de idéias que me jogaram para fora daquele momento com meu filho. A cruel realidade de muitos e a minha busca por qualidade de educação, solidificação de bons valores e doação de amor incondicional àquele que dependia de mim, desde que o trouxe ao mundo. Momentos de inquietação, mas que me instigaram a pensar no que eu queria ensinar a meu filho. Bem, na próxima vez que formos até a praça, espero não estar “sentando na cama” de alguém.

Texto: Escrito Por Déborah Marques de Almeida em 06/01/2007  e editado e revisado em 27/06/2012




Um banco
Foto: Taciana Valença


Vitória Réia do Laguinho
   Foto de: Elisabeth Nery da Fonseca Belem



Vista de cima de um edifícil que circunda a praça.
Não sei o




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